segunda-feira, 4 de maio de 2020

COVID 19 coloca em causa a chamada solidariedade africana.


Porque  querer resolver as questões migratórias neste momento?


- Revda Dra. Virgínia Santos N´kutxi





A denúncia dos refugiados congoleses contra o governo angolano é  importante na sua essência e na sua praticidade.
Os congoleses forçados a voltarem para o seu pais neste período critico de estado de emergência em angola, onde a natureza desta emergência consiste em limitar a locomoção  das pessoas é espantoso e suscita varias questões.
Angola sempre foi um pais acolhedor e embora tenha varias dificuldades sociais, por muitos anos tem compartilhado do pouco de seu pão com os estrangeiros de varias nacionalidades que escolhem o pais para viverem.
Os conceitos de Cristo de cuidar dos indigentes e hospedar os estrangeiros que saem do seu país  por vários motivos, cai por terra e se torna penoso; sobretudo quando o denunciante é  o vizinho mais próximo e com a mesma raiz étnica.
Como se não  bastasse a denuncia da expulsão, junta-se à dos maus tratos. O governo nega, é a palavra dos expulsos contra à das entidades de tutela migratória.
Uma pergunta que não quer se calar é: Porquê  querer resolver as questões migratórias neste momento, que a atenção principal deve se centrar na pesquisa, cura e prevenção do Covid 19?
Está  faltando possibilidades  reais de sustento destas populações?
Não  sabemos e nem temos as respostas. Em todo caso, o país deveria primar pela sua integridade fundada nos princípios cristão e nacionais de cuidado e solidariedade com  os que mais necessitam; uma vez tendo começado  a fazer o bem, ao acolher os refugiados,  que continue até que se encontre mecanismos favoráveis para os dois lados.
Assim não  iria ferir o conceito básico  da solidariedade africana, uma das bandeiras que nós  africanos defendemos por honra.





LEIA A NOTÍCIA NA ÍNTEGRA



Mais de 250 pessoas de nacionalidade congolesa chegaram à localidade de Kamako, na República Democrática do Congo (RDCongo) após terem sido expulsas de Angola, noticiou hoje a comunicação social local.
De acordo com o portal noticioso congolês Actualité, que cita o representante local do Programa Nacional da Higiene nas Fronteiras, Christian Mabedi, 210 pessoas chegaram a Kamako na segunda-feira, enquanto outras 50 atravessaram o posto fronteiriço durante o dia de hoje.
"Eles chegaram exaustos e sem nada. Disseram-nos que foram vítimas de maus-tratos por parte das forças de segurança angolanas. O grave é que algumas das mulheres chegaram quase nuas", referiu Mabedi, acrescentando que foi medida a temperatura a todos os que atravessaram a fronteira e nenhum apresentou sinais de covid-19.
Na semana passada, o governo provincial de Kasai lamentou, durante o Conselho de Ministros, a expulsão dos congoleses de Angola e a incursão das forças armadas angolanas em território congolês.
Até março, cerca de 20 mil refugiados foram colocados na fronteira pelas autoridades angolanas, com o acordo do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Os refugiados têm-se queixado recorrentemente de abusos por parte das autoridades de Angola, que têm negado a acusação, e alegam que são forçados a caminhar durante dias, dormindo à beira da estrada e carregando todos os seus bens.
Para Luanda, os congoleses que não se registaram nos serviços de imigração são considerados imigrantes ilegais porque a guerra civil no país vizinho já terminou e perderam o estatuto de refugiados.

https://www.angonoticias.com/Artigos/item/64630/centenas-de-congoleses-chegam-a-rdcongo-apos-serem-expulsos-de-angola

https://www.angonoticias.com/Artigos/item/64630/centenas-de-congoleses-chegam-a-rdcongo-apos-serem-expulsos-de-angola




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