quarta-feira, 6 de maio de 2020

COVID 19 - "é urgente o aumento do acesso à água em todo o continente" - o caso de Lubango, Angola.


"Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”
Amós 5.24



 -A  Pandemia que enfrentamos exige antes de tudo higiene das mãos e acesso à agua. A água é bem comum e benção de Deus,  mas ainda convivemos com sistemas ineficazes e desiguais de acesso a água. Conheça a análise da situação africana feita pela Organização Mundial da Saúde (5/5/2020)

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou hoje que os progressos realizados no acesso à água na África Subsaariana, nos últimos 20 anos, "foram inconsistentes" e que "é urgente o aumento do acesso à água em todo o continente".

Na sua mensagem sobre o Dia Mundial da Higiene das Mãos ( 5 de maio), que hoje se assinala, a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti, sublinha que na África Subsaariana
 "mais de uma em cada quatro unidades de cuidados de saúde não dispõe de água corrente".

Segundo a diretora da OMS no continente africano, há cada vez mais fábricas locais a produzirem géis desinfetantes à base de álcool, mas, observa, "este tipo de produto não substitui o acesso a um sistema de abastecimento de água seguro e fiável".
Matshidiso Moeti assinala, na sua mensagem, que o acesso limitado à água "transcende as unidades de saúde" e "afeta igualmente as comunidades", sendo que "menos de 50% das famílias na África Subsaariana dispõem de instalações básicas para lavar as mãos com água e sabão".
Em resposta à covid-19 "estão a ser instalados cada vez mais pontos de água para lavar as mãos", mas, realça, "precisamos de apostar em soluções de longo prazo para aumentar de forma sustentável o acesso à água".
De acordo com a responsável, ao longo dos últimos 20 anos os progressos realizados no acesso à água na África Subsaariana foram inconsistentes, e o número de pessoas que usam fontes de água não melhoradas continua igual.
"O número de pessoas que percorrem trajetos de 30 minutos ou mais para se abastecerem de água mais do que duplicou e esta tarefa recai sobretudo nas mulheres e raparigas", lê-se na mensagem.
"Precisamos urgentemente de aumentar o acesso à água em todo o continente. Este objetivo deverá ser alcançado com o apoio dos nossos parceiros", sustenta Moeti.
As celebrações do Dia Mundial da Higiene das Mãos decorrem numa altura em que o mundo luta contra a pandemia da COVID-19, sendo que "a importância de uma boa higiene das mãos para salvar vidas nunca foi tão premente como agora".
"Enfermeiros e parteiras: a prestação de cuidados higiénicos está nas vossas mãos" é o lema das celebrações deste ano da data que celebra também o Ano Internacional do Enfermeiro e da Parteira.
"Isto porque a prevenção e o controlo das infeções, nomeadamente através da prática de higiene das mãos, desempenham um papel essencial em todos os contextos, sobretudo em unidades de cuidados de saúde onde garantem a prestação de cuidados de qualidade ao doente", afirma Matshidiso Moeti.
A OMS "está a colaborar com os países, o Programa Alimentar Mundial e outros parceiros para garantir que os profissionais de saúde têm acesso a todos materiais essenciais, incluindo equipamento de proteção individual", notou a diretora regional da Organização Mundial da Saúde para África.
O número de mortes provocadas pela COVID-19 em África subiu para 1.843 nas últimas horas, com mais de 47 mil casos da doença registados em 53 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infeções (413 e uma morte), seguindo-se a Guiné Equatorial (315 e uma morte), Cabo Verde (186 e duas mortes), São Tomé e Príncipe (174 casos e três mortos), Moçambique (80), e Angola (35 infetados e dois mortos).

link da notícia:
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COVID-19: Falta de água dificulta combate à pandemia no Lubango/ Angola




A falta de canalização de água em muitos bairros periféricos da cidade do Lubango empurra muitas famílias a aglomerarem-se nos pontos de água existentes na busca do líquido precioso, violando assim uma das normas de prevençao do covid-19

Num momento em que se apela ao distanciamento social como um dos meios de prevenção contra a covid-19, a ausência de alternativas expõem muitas famílias em situação de risco.

Domingas Wandi, ganha o pão transportando água pela cabeça para algumas residências no bairro da Lalula sabe dos riscos que corre, mas diz não ter como fazer diferente.

“ Sabemos que estamos a correr riscos, mas não temos maneira”, disse.

“ Com as crianças que tenho para sustentar não tenho como fazer se nao meter-me no negócio da água”, afirmou

Nem o despertar pela madrugada livrou Delfina Benguela de enfrentar a enchente na fonte de água.

“ Às cinco da manhã já estamos aqui a busca de água para a casa e a única solução é a aqui na sonda” disse acrescentando não ter nem água canalizada nem tanque de água.

As dificuldades de acesso a água para muitas famílias em tempo de emergência se dá num momento em que a empresa provincial de água e saneamento diz ter definido um plano de contingência para o período, segundo a presidente do conselho de administração, Domingas Tchicusse.

“ Nós neste momento estamos com ma produção média de 21 metros cúbicos dia, mas o que é necessário para mantermos um fornecimento estável nós precisamos de cerca de 45 metros cúbicos de água dia e temos este défice”, afirmou

Fechar todas as fronteiras de acesso à província e garantir o confinamento local é a prioridade das autoridades da Huíla, face as medidas de prevenção contra o novo coronavírus.

“ Estamos a fazer tudo para preparar as condições de assistência sanitária sendo que já preparámos os centros de quarentena institucional” disse o governador da Huíla Luís Nunes que disse ter visitado os pontos fronteiriços da Chibemba nos Gambos e Quilengues, “cuja impressão foi positiva”.

“Mas ainda faremos mais esforços para melhorar as condições sendo que são pontos estratégicos de acesso a nossa província”, acrescentou

A comissão técnica local de combate a pandemia da covid-19, determinou ainda que os armazéns grossistas deverão abrir doravante apenas uma vez por semana, por constatar que estes se estavam a tornar em focos de aglomeração de pessoas em busca de bens de primeira necessidade, sendo que a abertura será reservada só para atender as lojas retalhistas.

link da notícia: 

https://www.voaportugues.com/a/covid-19-falta-de-%C3%A1gua-dificulta-combate-%C3%A0-pandemia-no-lubango/5355647.html

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