- Reflexão da Revda. Dra Elvira Moisés Cazombo -
A religião pura e verdadeira para com nosso Deus e pai
é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições (Tiago 1:27) Na
encruzilhada entre a fome e a pandemia, “onde a cesta básica não chega para
todos” é o dilema da mamã Margarida.
Margarida Pedro José pede ajuda. Tem 50 anos de idade
e nove familiares à sua guarda, entre eles, crianças que perderam o pai e a
mãe, para além de uma idosa de mais de 90 anos, seguramente mãe dela. Margarida
diz que mal tem comida para dar à sua família. O histórico de uma mulher que carrega
“uma lágrima no canto do olho” procurando o pão diário para dar as crianças
órfãs em sua guarda.
Moradora de um dos bairros da periferia da província
de Kwanza Norte, cidade de Ndalatando vê seus dias sucumbindo na miséria e sem
esperança pela concretização dos dias melhores. A história desta mulher é
vinculativa a história de luta da nação angolana pelas independências coloniais
por melhores momentos onde a igualdade de oportunidades e do bem estar seriam extensivas
para todos e todas. Historicamente a vida dos angolanos foi marcada de
atrocidades dos sistemas de colonização, escravidão, exploração de força humana
e de recursos naturais, de assimilação cultural e aspectos religiosos. Angola independente
reascendera a esperança pelos melhores dias marcados pela fartura, abonança e
ausência do peixe podre. Porém as assimetrias na distribuição de renda têm se
mostrado contrarias aos ideários de luta deixando as comunidades assim: "A
situação é mesmo grave, porque não temos apoio de ninguém. Não tenho mãe, não
tenho pai. Eu sou o pai e sou a mãe. Eu não trabalho. A situação está mesmo
difícil", conta.
A lagrima no canto do olho da mamã Margarida faz parte
das estatísticas de muitas mulheres (mamás) que vivem num mundo desigual. Importa
que o mundo cristão se lembre sempre que na oração principal ensinada por
mestre Jesus consta:: “… O pão nosso de cada dia nos dá hoje…” A chegada do
reino de Deus passa pela concretização do pão nosso para todos. Enquanto
ecoarem vozes que por esperança “a cesta
básica não chega para todos”, não haverá a chegada do Reino de Deus.
http://jornaldeangola.sapo.ao/reportagem/luanda-para-la-do-fim-onde-tudo-comeca#foto
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