Mais de dois terços das pessoas pesquisadas em 20 países
africanos disseram que ficariam sem comida e água se tivessem que ficar em casa
por 14 dias.
A pesquisa dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças da
África foi realizada para ajudar os governos a traçar políticas futuras sobre
como combater o coronavírus.
Ele alerta que, se as medidas não forem adaptadas às
necessidades locais, existe o risco de agitação e violência.
Segundo a pesquisa, as famílias de baixa renda esperam ficar
sem comida e dinheiro em menos de uma semana.
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O coordenador da Plataforma Cazenga em Acção (PLACA), Scoth
Manuel Cambolo, afirma que as pessoas precisam mais de “matar a fome” do que
usar as máscaras contra a Covid-19.
O líder cívico fez esta afirmação em entrevista sobre o
balanço dos 15 dias da Campanha “Meu Próximo, Continuidade de Mim”, que incluiu
a distribuição de mais de 3000 máscaras e a sensibilização da população do
município do Cazenga sobre as medidas de prevenção contra a Covid-19. A
iniciativa realizada em parceria com o Mosaiko e o apoio da Misereor, terminou
esta segunda-feira, 1 de Junho.
“Mais do que precisar de máscaras, as pessoas estão mesmo a
passar fome”, declarou Cambolo, revelando que durante a campanha de
sensibilização realizada nos seis distritos urbanos do Cazenga, as suas equipas
constataram uma realidade de urgente intervenção do Estado, não em relação à
Covid-19, mas ao problema da fome.
“Durante as visitas, as famílias diziam: em vez de trazer
máscaras, deviam trazer comida”, destacou, mencionando os distritos urbanos do
11 de Novembro, Kalawenda e Kima-Kieza, como os mais críticos, sendo que a
falta de água potável e o difícil acesso a muitos bairros, o desemprego entre
os chefes de família e a falta de ocupação para os jovens são, segundo o
activista, os problemas correlacionados
com a fome que obrigou muitos membros de famílias a saírem para procurar o
mínimo necessário para sobreviver, apesar do apelo das autoridades de “ficar em
casa” para prevenir-se da Covid-19.
Ao longo das duas semanas de actividades, a PLACA mobilizou
cerca de 60 jovens para a campanha nos seis distritos. O coordenador estima que
milhares de pessoas foram alcançadas e há mudanças que têm sido observadas,
como o comportamento das “mamãs”, que se preocupam em usar máscaras e lavar as
mãos com água e sabão, frequentemente.
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