quarta-feira, 3 de junho de 2020

"Em vez de coronavírus, a fome nos matará". Crise alimentar global se aproxima.


Mais de dois terços das pessoas pesquisadas em 20 países africanos disseram que ficariam sem comida e água se tivessem que ficar em casa por 14 dias.
A pesquisa dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças da África foi realizada para ajudar os governos a traçar políticas futuras sobre como combater o coronavírus.
Ele alerta que, se as medidas não forem adaptadas às necessidades locais, existe o risco de agitação e violência.

Segundo a pesquisa, as famílias de baixa renda esperam ficar sem comida e dinheiro em menos de uma semana.
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A situação em ANGOLA 
O coordenador da Plataforma Cazenga em Acção (PLACA), Scoth Manuel Cambolo, afirma que as pessoas precisam mais de “matar a fome” do que usar as máscaras contra a Covid-19.

O líder cívico fez esta afirmação em entrevista sobre o balanço dos 15 dias da Campanha “Meu Próximo, Continuidade de Mim”, que incluiu a distribuição de mais de 3000 máscaras e a sensibilização da população do município do Cazenga sobre as medidas de prevenção contra a Covid-19. A iniciativa realizada em parceria com o Mosaiko e o apoio da Misereor, terminou esta segunda-feira, 1 de Junho.

Mais do que precisar de máscaras, as pessoas estão mesmo a passar fome”, declarou Cambolo, revelando que durante a campanha de sensibilização realizada nos seis distritos urbanos do Cazenga, as suas equipas constataram uma realidade de urgente intervenção do Estado, não em relação à Covid-19, mas ao problema da fome.

Durante as visitas, as famílias diziam: em vez de trazer máscaras, deviam trazer comida”, destacou, mencionando os distritos urbanos do 11 de Novembro, Kalawenda e Kima-Kieza, como os mais críticos, sendo que a falta de água potável e o difícil acesso a muitos bairros, o desemprego entre os chefes de família e a falta de ocupação para os jovens são, segundo o activista,  os problemas correlacionados com a fome que obrigou muitos membros de famílias a saírem para procurar o mínimo necessário para sobreviver, apesar do apelo das autoridades de “ficar em casa” para prevenir-se da Covid-19.

Ao longo das duas semanas de actividades, a PLACA mobilizou cerca de 60 jovens para a campanha nos seis distritos. O coordenador estima que milhares de pessoas foram alcançadas e há mudanças que têm sido observadas, como o comportamento das “mamãs”, que se preocupam em usar máscaras e lavar as mãos com água e sabão, frequentemente.


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