quinta-feira, 18 de junho de 2020

Seja que Deus quiser: O orgulho de nascer em África.




A teologia da sorte, do “seja o que Deus quiser” parece ser o lema de vários países africanos no quesito de saúde publica. 
Desde que se noticiou o primeiro caso do coronavirus em nosso país, no dia (no dia 21 de março), diariamente os noticiários apresentados nos jornais nacionais tem se tornando corriqueira ouvir a subida vertiginosa dos números de casos e de pessoas acometidas pela doença.
Antes do surgimento do COVID os sistemas de saúde já constituíam desafios sem precedentes. Sendo que em tempos normais os sistemas de saude nunca funcionaram como deveria, como poderão responder em tempos de crise financeira (o barril de petróleo abaixo do valor do mercado), os sistemas financeiros colapsando. Agora sim: “acaba de me matar” ou então seja o que Deus quiser”. Tudo entregue a sorte dos deuses dos nossos antepassados.

- Revda Dra. Elvira Moisés da Silva Cazombo

Os Estados africanos e os sistemas de saúde

Os sistemas nacionais de saúde em África estão a ser postos à prova, na sequência da emergência da pandemia de Covid-19, que está a causar uma grande pressão sobre os serviços sanitários de muitos países do continente.
Sabe-se que os sistemas nacionais de saúde em África estavam já fragilizados quando surgiu a pandemia, estando hoje governos africanos a envidar esforços para que eles não entrem em colapso, recorrendo a empréstimos, nem sempre fácil de conseguir no actual contexto, em que vários Estados precisam de dinheiro para fazerem face a uma doença que afecta todo o mundo.
África, a exemplo de outros continentes, não estava preparada para fazer face às consequências da Covid-19, que, pelos seus efeitos, está a obrigar a que muitos quadros da Saúde no continente se concentrem prioritariamente na assistência a doentes com coronavírus, muitas vezes em detrimento de serviços que cuidam de outras doenças, também elas graves.
Teme-se por isso que os sistemas nacionais de saúde em África não tenham suficiente capacidade para acudir a todas as patologias, receando-se que muitas crianças possam vir a morrer, por falta de serviços eficientes em estabelecimentos hospitalares.
Segundo a ONU, podem vir a morrer milhares de crianças em África este ano devido àquilo a que aquela organização internacional chama "perturbações nos serviços essenciais de saúde".
Se a pandemia de Covid-19 apanhou, por um lado, de surpresa muitos países africanos, havendo dificuldades de ordem financeira para mitigar os efeitos de uma doença perigosa, esta pode levar, por outro, os governos a repensar os sistemas de saúde dos seus países, no sentido de os dotar dos meios necessários para fazerem face a situações de calamidade pública.
Os poderes públicos dos países africanos têm muito a aprender com esta pandemia de Covid-19, que está a causar problemas graves ao nível da saúde e da economia.
Os países africanos devem começar imediatamente a pensar em criar sistemas nacionais de saúde pública sólidos, para reduzirem ao mínimo a dependência de Estados de outros continentes e para poderem reagir com eficiência e rapidez a crises sanitárias de elevada dimensão.
É importante que os Estados africanos reavaliem as suas prioridades em termos orçamentais, devendo afectar verbas significativas â Saúde, um sector que é vital para o desenvolvimento, gerador de boa qualidade de vida.

http://jornaldeangola.sapo.ao/sociedade/mais-de-300-mil-familias-vulneraveis-recebem-apoio

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