- 30 de Maio, 2020
A secretária-geral do Conselho de Igrejas Cristãs em Angola
(CICA), reverenda Deolinda Dorcas Teca, lembrou que a Covid-19 tem gerado
amargas experiências no mundo e felicitou o Governo pelas medidas atempadas
para travar a propagação pelo país.
Para a actual situação e no pós-Covid-19, a reverenda traça
uma solução que passe pela dimensão social, económica, política e espiritual,
sugerindo, por exemplo, a criação de um banco alimentar, tal como do subsídio
de desemprego e reforço da assistência alimentar às famílias.
Tingão Mateus, presidente do Conselho Nacional da Juventude
(CNJ), afirmou que os jovens angolanos estão extremamente afectados pela
situação da Covid-19, o que induziu a uma drástica perda do poder de compra das
famílias. O mercado informal, via alternativa para muitos jovens, notou, ficou
completamente prejudicado. Os problemas habitacionais, de desemprego, o
agravamento do preçário do escoamento dos produtos do campo, disse,
agudizam-se, cada vez mais.
O representante do CNJ pediu que o Executivo reforce, o
Estado Social e a inclusão produtiva dos jovens, dentro da lógica “dar a cana
para pescar e não o peixe”, com a erradicação da burocracia e uma aplicação
prática dos planos e estratégias da juventude. A economista e docente universitária
Laurinda Hoygaard, a primeira a intervir depois do Chefe de Estado, falou em
representação dos académicos angolanos.
Laurinda Hoygaard recordou que a Covid-19 tem fragilizado,
ainda mais, a débil economia angolana, juntando-se à instabilidade do mercado
petrolífero.
Para tal situação, a professora apontou a diversificação
como solução do problema, e o desenvolvimento de um tecido industrial forte e
capaz. Falou, ainda, do problema da
recuperação de capital, quer pela via contenciosa quer graciosa, e sugeriu a
reabilitação das estradas, mesmo que seja por terraplanagem.
Na sua opinião, isso fará fluir o escoamento de produtos do
campo para a cidade, um factor de que depende, também, a diversificação
económica. Laurinda Hoygaard disse desejar ver um país mais sólido, menos
assimétrico e com maior justiça social, sugerindo que todos aqueles que
beneficiaram de dinheiro público e até agora não mostraram obra, devem ser
chamados a responder. A académica disse recear o perigo da inflação, mas
defendeu que o país deve eliminar a exclusão social e a dependência do
exterior.
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