segunda-feira, 1 de junho de 2020

Conselho de Igrejas de Angola defende a criação de banco alimentar




- 30 de Maio, 2020

A secretária-geral do Conselho de Igrejas Cristãs em Angola (CICA), reverenda Deolinda Dorcas Teca, lembrou que a Covid-19 tem gerado amargas experiências no mundo e felicitou o Governo pelas medidas atempadas para travar a propagação pelo país.

Para a actual situação e no pós-Covid-19, a reverenda traça uma solução que passe pela dimensão social, económica, política e espiritual, sugerindo, por exemplo, a criação de um banco alimentar, tal como do subsídio de desemprego e reforço da assistência alimentar às famílias.

Tingão Mateus, presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), afirmou que os jovens angolanos estão extremamente afectados pela situação da Covid-19, o que induziu a uma drástica perda do poder de compra das famílias. O mercado informal, via alternativa para muitos jovens, notou, ficou completamente prejudicado. Os problemas habitacionais, de desemprego, o agravamento do preçário do escoamento dos produtos do campo, disse, agudizam-se, cada vez mais.

O representante do CNJ pediu que o Executivo reforce, o Estado Social e a inclusão produtiva dos jovens, dentro da lógica “dar a cana para pescar e não o peixe”, com a erradicação da burocracia e uma aplicação prática dos planos e estratégias da juventude. A economista e docente universitária Laurinda Hoygaard, a primeira a intervir depois do Chefe de Estado, falou em representação dos académicos angolanos.

Laurinda Hoygaard recordou que a Covid-19 tem fragilizado, ainda mais, a débil economia angolana, juntando-se à instabilidade do mercado petrolífero.
Para tal situação, a professora apontou a diversificação como solução do problema, e o desenvolvimento de um tecido industrial forte e capaz.  Falou, ainda, do problema da recuperação de capital, quer pela via contenciosa quer graciosa, e sugeriu a reabilitação das estradas, mesmo que seja por terraplanagem.

Na sua opinião, isso fará fluir o escoamento de produtos do campo para a cidade, um factor de que depende, também, a diversificação económica. Laurinda Hoygaard disse desejar ver um país mais sólido, menos assimétrico e com maior justiça social, sugerindo que todos aqueles que beneficiaram de dinheiro público e até agora não mostraram obra, devem ser chamados a responder. A académica disse recear o perigo da inflação, mas defendeu que o país deve eliminar a exclusão social e a dependência do exterior.


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